terça-feira, setembro 02, 2008

o nada é um infinito silêncio entre dois gritos por lançar

…antes, não há muitos anos, escrevia em cadernos, metodicamente organizados, para edições futuras…agora, escrevo em pequenos papeis que encontro, em cima das mesas da esperança, para de seguida os perder e, quando os torno a encontrar, deixo no lixo da memória.
…aqui estou…olhando o nada, que mais não é, que um infinito silêncio entre dois gritos contidos.
…aqui estou… em viagem interior entre a ausência e o conjugar de silêncios, subjugados ao frio da Nortada e ao calor do Suão
…aqui estou …nu de corpo e alma, esperando cada silêncio que chega e, ao outro próximo e a outro ainda…lá fora ouço-o tão claramente como se ele estivesse aqui junto a mim.
Olho pela pequena janela, se esse nome lhe poderei chamar, vejo cavaleiros, guerras fomes…vejo silêncios perdidos, entre gritos dos aflitos…
…antes, não há muitos anos escrevia…em cadernos…agora escrevo no silêncio da Alma, que procura um grito perdido…

Foto e texto de Silvestre Raposo

5 comentários:

Pan disse...

O que te posso dizer é que isso de escreveres em papéis de esperança que perdes na memória te está a fazer erscrever melhor. Gostei!

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

... e do amarelo dos campos e dos pincéis se faz a escrita e a inscrevemos na memória !
abraço amigo
Zé Marto

Teresa Durães disse...

entre silêncios há muitos mundos

tchi disse...

Escrita do adentro.

Que toca.

Que marca.

Escrita necessária.

Gabriela Rocha Martins disse...

fez.te bem o verão

tem.te feito bem o trabalho

a escrita mais refinada ... mais de adentro ... como dizia alguém



.
um beijo ,cumpadre
[ já com muitas saudades ]